sexta-feira, 25 de abril de 2008

Hipocresias de valores inabaláveis como a infância

A próxima geração


Todos os brinquedos que me deram solaparam minha criatividade.
Fui uma crinaça que mexeu bonecos, carrinhos e chutou a bola.
Tudo porque quiseram que eu reproduzisse o mundo deles,
Que não era o meu.

Quiseram que eu imitasse o resto.
E fizeram isso com todas as crianças.
Porque quando eu digo que só aprendi a andar de bicicleta aos 14,
Me perguntam se eu não tive infância.

Aí eu respondo que eu tive infância,
A única diferença é que não andava de bicicleta.

Realmente não tive possibilidade de escolha
Entre andar a pé ou andar de bicicleta.
Mas, pelo menos, antes eu me condicionar pelas minhas debilidades,
Que ser condicionado pelas debilidades deles.

Crescemos reproduzindo tudo.
Chega um momento que determinamos o que será reproduzido.

Cuidado.
Você, que virou pai e que virou mãe.
O que quer que seu filho reproduza?
A moral Deles, a moral deles, a sua moral?

Tentem ao máximo fazer com que eles não reproduzam, mas criem.
Para não serem como eu e você.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Ainda dá tempo...

Escrever e confessar é fácil.
Mudar de atitude é muito difícil.

Adquirir conhecimento pela vida e pelos livros é fácil.
Mas mudar o mundo com genialidades de acaso é difícil.

Querer um mundo melhor é na maioria das vezes muito simples.
Ser o mundo melhor é complicado.

Uma poesia é fácil.
A sinceridade que é difícil.

Ser hipócrita social, familiar, cultural ou ideológico é fácil.
Complicado é manter a nossa ética pessoal até quando não nos beneficiamos com ela.

Ser impulsivo ou equilibrado é simples demais.
Mas ter jogo de cintura pra cada situação da vida,
Junto com a enchurrada de hormônios que elas trazem... é foda!

Jogar comida fora é fácil.
Comer comida do lixo pode parecer impossível.
Pra muita gente é possível.
Assistir essas pessoas comendo a comida do lixo e se emocionar é fácil.
Ser cauteloso com cada atitude e escolha diária, sempre cogitando o externo além do interno
É complicado, meu jovem!

Errar e acertar é fácil.
Difícil é acreditar que ainda dá tempo...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

... de repente brotou um tremendo matagal!

É engraçado ter falado de droga e questão de legalização, né? Vai demorar pra acontecer no Brasil porque muito empresário e político lucra com tráfico. E é um jeito interessante, pra eles, de fazer a manutenção da pobreza de alguns grupos sociais que dependem de seu comércio pra viver. Pensa da seguinte forma: porra, eu tenho uma empresa de transportadoras, tenho aval pra transporte de inúmeros produtos, caminhões, bons contatos, bastante dinheiro, empregados corruptíveis. Sou amigo do Patife-x, senador, ampla área "juridicional" (pra debochar e falar sério ao mesmo tempo) na cidade de Piroroquinha do Norte, do lado de onde se encontra minha empresa, em Deserto Suado. Tranquilo arrumar um telefone ali ou acolá, desses fazendeiros bolivianos ou colombianos lá do oeste, mas bem do oeste mesmo, e trazer o ilícito aqui. A gente arruma dum jeito que niguém vai saber mesmo...

E depois, a gente dá algum ganha pão pra gentalha, né? Põe o corpo da rapaziada carente pra tomar tiro no peito lá no morro! E já abre 200 vagas pra polícia civil, fala pro Patife da Silva, isso aquele da banca examinadora, fazer uma prova facinha no concurso desse ano. Pronto, pega galera do mesmo nicho social, dá pouco dinheiro pra eles não irem nos reustaurantes, teatros e mostras culturais que a gente vai, escreve num papel que uma coisa mó comum nas tribos indígenas - mas que virou costume urbano-, fumar essa tal erva chamada maconha, tá proibido. A gente compra a erva lá do Tiozão San Juan do Capin, joga na mão desses doido na favela. Faz eles criarem uma guerra contra eles mesmos no mais das vezes, só que já que é policial, a gente manda com base na lei. Os que são do morro, ah, a gente manda com base na Lei. Isso, agora eles se matam, a gente faz genocídio étnico, cultural e ideológico igual o Hitler ou o Stálin, mas sem ninguém perceber. Lucra e arrasa.

É, o Patife-x nunca quereria perder esse ganha-pão pra uma parcelinha, chamada tributo, imposto, da puta renda que o Jucão Pereira fez em cima do comércio legal de maconha. E olha que o filho da puta não tinha nada hein, começou do zero. É essa merda de novo estatuto nacional da microempresa e empresa de pequeno porte ( http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/LCP/Lcp123.htm ) que incentivou esses imigrantes de bosta a juntarem uma merreca por gerações e conseguirem por fim abrir uma empresa. Patife-x, se cai nessa burrada, a gente escuta depois "merda, falei que era errado legalizar a droga, o puto tá com monopólio privado do troço, vendendo um monte, o corno".

Acho que por isso não legaliza.

Maaaaaaaas se um dia legalizar, ia ser engraçado, por exemplo, a venda de baseados light. Esse aqui não ferra o pulmão. O que não iam falar é que esses vêm com trezentos produtos químicos que acabam fodendo seu fígado e seu cérebro. Mas tudo bem, o comercial com o galã da Malhação ficando locão na academia e não perdendo o fôlego pra puxar ferro me convenceu. Ah, que nada cara, e aquele da Baseadus-now Light, não viu? Que tem a Agenlinha Biscatona do BBB fumando um, ficando locona, indo colocar o biquini pra fazer natação, mas que acaba colocando um menor e... é, ela mesma, mó gostosa cara... e vai nadar. HAHAHA. E nada pra kct, né? Li na Caras que é nadadora mesmo. Po, gostosa e nadadora, não deve ferrar o pulmão mesmo.

Legal que ia sair a figura do político e entrar a figura do dono das emissoras de tv-patifaria e das editoras de revistas-patifisse no ganhã-pão da coisa. Realmente não dá pra fazer tudo sozinho, tem que preparar seu netiuorqui.

Mais legal iam ser os baseados que não deixam louco, para caretas! Ia jogar na cara dos clientes que eles precisavam de inclusão social, na caruda! Ih, e você que fuma cigarro não ri muito não que também precisou de aceitação social, mané! Ficava fumando careta pra pagar uma, fumou 20 maço até viciar, e agora manda os religiosos 2,70 pro Morris. Aeeeeeeeeeeeeeeee, se humilhou!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Meu vizinho jogou uma semente no seu quintal...

Baseado nas palavras


O Casamento.
Baseado no sentimento.
Baseado na comunhão.
Baseado na cerimônia.
Baseado na religião.

O Catolicismo.
Baseado no perdão.
Baseado em Jesus.
Baseado na oração.
Baseado no batismo.
Baseado na Bíblia.
Baseado no padre.
Baseado na missa.

O Direito.
Baseado na história.
Baseado nos fatos sociais.
Baseado na lei.
Baseado na jurisprudência.
Baseado na doutrina.
Baseado nos costumes.
Baseado na cabeça de quem faz o Direito.

O Estado.
Baseado na geografia.
Baseado na nação.
Baseado na sociedade.
Baseado no governo.
Baseado na cultura.
Baseado na administração.
Baseado na organização.
Baseado no controle.
Baseado na delimitação.

Se tem baseado em tudo
Não entendo porque não é legalizado.
Legalizem o baseado baseado em fatos reais.


Malone



PS: Malone é formado em Letras, atualmente cursando Direito e maconheiro há 10 anos.

PS2: Viva a Gilberto Gil, ministro da cultura e destruidor de paradigmas.

O nascimento da social-patifaria num Estado Patifocrático de Direito





Danilo Gentili mandou mais uma vez muito bem em seu quadro no programa CQC, que passa às segundas na Band, 22h15 da noite mais ou menos. E é legal de assistir porque mata menos neurônio que tomar um porre ou assistir uma novela, além de fazer rir gratuitamente (nem tanto porque rola o merchan na minha mente né, mas ninguém é perfeito). Pra resumir, o Gentili foi mais uma vez causar com políticos. O que é uma coisa extremamente válida, já que causar com o tiozinho do milho verde, criança com pirulito e artista da globo é fácil demais (confira o que aconteceu na primeira ida ao congresso no video acima). O que aconteceu foi que o expulsaram de lá por conta de fazer perguntas inconvenientes. Mas fizeram pior que não deixa-lo usar tanto da liberdade de expressão como da liberdade de imprensa dentro do Congresso: o cara foi expulso até do gramado fora do estabelecimento, e avisaram que Gentili e cia não poderiam mais aparecer por lá filmando.

Opa, peraí, não é o artigo 1391 da Constituição Federal que fala que só em estado de sítio a liberdade de imprensa será restringida? Melhor dizendo, restrição RELATIVA, e acho que você também interpretou, como eu, que essa palavra quer dizer restrição parcial e não total. Oloco, ou será que decretaram estado de sítio e ninguém nos avisou?! Minha nossa, estão nos perseguindo, estou sendo lesado, estou sendo lesado!

Espero que não tenha tomado nenhum alucinógeno ou que o transtorno bipolar não esteja batendo logo agora, porque to com a nítida impressão que tão perseguindo a gente. Se eu não posso ficar pelado perto da câmara e o Gentili não pode fazer perguntas desgostosas, e o intuito de nós dois é justamente usar nossa liberdade de expressão pra protestar, tá rolando uma bad trip forte! Acho que se você quiser fazer coco ali perto da câmara ou do congresso, embora inúmeras regiões do Brasil não tenham tratamento de esgoto, vão querer te cercear. Ou talvez você queira montar um barraco pra se abrigar da chuva ali por perto, mesmo porque milhões de brasileiros não têm a casa própria e outros tantos não têm nem a terra pra trabalhar? Acho que não vai rolar... Po, que por$@ é essa mer*! de ditadura disfarçada?!

Como comecei a me sentir perseguido sem usar craque, sem ter cinqüenta pessoas rindo de mim sem eu saber o motivo e sem ninguém fazendo careta atrás da minha pessoa quando to falando, fui dar uma olhada mais forte na lei. Por exemplo, os outros incisos2 do artigo 139 tratam das únicas coisas que podem nos fazer quando em estado de sítio nos encontremos. Algumas restrições a direitos e garantias fundamentais que são tratadas lá em cima no art. 5º são limitadas PARCIALMENTE em prol da segurança pública. Ok, eu sei que isso é uma grande merda, não to consentindo com a lei. Mas já que é pra fazer ditadura,3 pelo menos que com bons motivos e na hora estipulada, com aviso prévio! Já que é pra me ferrar mesmo, pelo menos deixa eu me preparar psicologicamente.

Bom, já que eu to sendo fodido pelo Estado “Democrático” de Direito, vou ter que foder com eles também. A primeira coisa é usar essa terminologia técno-científica pra criar meu próprio vocabulário do que é o mundo que eu sinto pelos sentidos e ponho em colisão com minha pseudo-racionalidade. Nossa forma de Estado é considerada Democrática porque tem ampla participação popular e... Pera aí! Sem essa hipocresia4 de “tem ampla participação popular”, mentirada! Vai ter que ser na real: é o seguinte, Democrático é o significado pra uma forma de governo, que não é a nossa, em que é garantida aos cidadãos ampla participação na vida pública do Estado, e não essa esmola que é dar um voto e ficar impotente por 4 anos sem ser um homem, ou sendo um homem que não chegou aos 60 anos de idade! E de Direito porque é fundamentado no saber jurídico, no ato de tornar lei aquilo que é costume cultural. Falam também num papo de Estado Democrático e Social de Direito quando esse dito Estado volta a maioria de seus esforços no contentamento dos cidadãos, cumprindo com as demandas sociais essenciais e relevantes.

Porra, depois de ler essas idéias legais nos livros e leis e ver todo mundo se fodendo na realidade, paro de me sentir perseguido e começo a me sentir palhaço. E eu nem posso dar uma passeada na Câmara com nariz de palhaço porque provavelmente vão querer me levar pra SECOM5 e me encher de porrada, igual deram a entender que fariam com o Gentili no programa. Isso é mó patifaria, cara!

Patifaria... que palavrinha do capeta. O Houaiss, um velho-supimpa apaixonado pela língua brasileira nos ajuda a definir “patife”6 como característica de pessoa, ou propriamente a pessoa, que é vil, canalha, não tem vergonha ou valentia, e é covarde. Acho eu que isso serve pra falar daquela pessoa suja que não quer dar a cara a tapa, fode com os outros e apela pra se dar bem, ou ainda aproveita os valores que sustentam nossa sociedade de hoje pra não ficar mal na fita.

Por exemplo, patife é o chefe casado que come a secretária ou a biscate que faz barraco e começa a bater no namorado na frente de outros homens sabendo que ele não vai reagir porque seria linchado. Ou então aquele cuzão que continua namorando aquela moça legal sem gostar da guria, mas só pelo sexo, acabando, no fim, por chateá-la. E, claro, políticos pau-mucho que não fazem a lei ser cumprida. Se a maioria deles está no poder hoje, então a gente vive no Estado Patifocrático de Direito. E quem sustenta um Estado assim não pode receber outro nome senão o de Patifocrata. Que é o/a infeliz que, além de patife, ajuda a fazer a manutenção da patifaria, de um Estado e uma sociedade patifes. Políticos são patifocratas por excelência, porque até no cargo, concursadamente falando, eles estão. Mas é só olhar bem no nosso meio social que a gente sempre encontra algum patifocrata.

Pior ainda é que a social-democracia, numa dessas, vira uma social-patifaria. O cara em vez de acrescentar algo à sociedade usa dela pra se beneficiar, caralho! Sabe a galerinha da auto-afirmação que precisa de público pra ficar difamando os outros e contando mentira? É o típico exemplo do social-patifocrata.

Bom, não nego que de social-patifocrata todo mundo tem um pouco. Fazer a social-patifaria para o bem ou para sair ganhando sem prejudicar o resto, não faz mal a ninguém. Tá explicado o título do blog? É justamente pra criticar os bundelhos que fazem do nosso mundo um lugar podre de se viver. Lembrando que por trás do direito e dos valores culturais vigentes há pessoas que os sustentam repetindo o seu uso deturpado por anos e anos.

Vamo acabá com essa putaria agora! Denunciar todos os patifocratas que for possível!

A segunda fodeção que eu vou fazer com o Estado Patifocrático de Direito é lembra-los que muitos leitores, diferentemente de mim e de outros leitores, não têm um exemplar da Constituição Federal em mãos. É, eu sei que a maioria tá pouco se fodendo, e se bobear tem aqueles que usam as folhas da Consituição Federal Comentada, que são de seda, pra fumar um baseado. Mas muita gente não tem dinheiro pra comprar uma. Seus problemas acabaram! O art. 647 da CF disponibilizou para você exemplares da própria CF em escolas, igrejas, sindicatos, cartórios e outras instituições representativas da comunidade, de modo que cada “brasileiro possa receber do Estado um exemplar da Constituição do Brasil” (música de comercial da Polishop)! Basta ligar para... Ops, não tem nenhum número de telefone no artigo. Nem endereço pra requisição. Nem ensinando como fazer a requisição. Sem problemas, você poderá fazer essa consulta em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%E7ao.htm

Mas e quem não tem computador? Nem acesso à internet? E acha, na verdade, que Constituição Federal e internet são coisas do futuro?

Olha, eu sei que é mais fácil fechar os olhos, mas talvez se a gente fizer o melhor que formos capazes, terminemos por fim nos dando as pazes. Por que, na real, fazer o melhor que for capaz, “só pra viver em paz” é coisa de social-patifocrata, hein Marcelo Camelo?




1 Art. 139. “Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no artigo 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:

(...)

III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;” da Constituição Federal.


2 “I – obrigação de permanência em localidade determinada;

II – detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;

(...)

IV – suspensão da liberdade de reunião;

V – busca e apreensão em domicílio;

VI – intervenção nas empresas de serviços públicos;

VII – requisição de bens”.


3 Porque quem ta encanado com “liberdade de reunião” tá encanado com quem é subversivo.


4 A gramática normativa incentiva o uso da palavra “hipocrisia” com a letra I depois das consoantes cr. Mas a maioria dos cidadãos brasileiros não possuem conhecimento dessa nóia gramativa, e como vivemos num ambiente democrático, expressão de maioria, é mais correto se falar em hipocresia, não?


5 Secretaria de comunicação


6 adjetivo e substantivo masculino

1
que ou quem perdeu ou demonstra não ter vergonha; infame, vil, canalha


2 Regionalismo: Brasil. Estatística: pouco usado.

que ou quem não apresenta valentia; covarde


7 Art. 64. “A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, promoverão edição popular do texto integral da Constituição, que será posta à disposição das escolas e dos cartórios, dos sindicatos, dos quartéis, das igrejas e de outras instituições representativas da comunidade, gratuitamente, de modo que cada cidadão brasileiro possa receber do Estado um exemplar da Constituição do Brasil”.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Se expressar pra não emputecer

Eu sempre achei esse troço de blog uma merda. Mas pode ser uma boa ferramenta pra várias coisas. Sua dinâmica é interessante pra usarmos nossa liberdade de expressão1,afinal ela é garantida pela Constituição Feral.

Ah, então eu posso ir na frente da câmara dos deputados e ficar peladão como forma de protestar contra os valores vigentes na nossa sociedade de hoje? Acho que não, ninguém tá interessado em desvalorizar/descatolizar o pinto e a buceta, dar esse passo tão importante de retorno à cultura indígena. Foda-se seu pipi e o do índio, você só pode se expressar do jeito que A Gente quer! Além de ser preso por ultraje público ao pudor2, o conglomerado da cueca e da langerri3 sempre estariam na minha cola. Isso me faz pensar que, na verdade, não querem que eu me expresse! Mas pera aí, a CF é a lei mais forte no sistema jurídico. Será que esse artigo do Código Penal é inconstitucional?

Aliás, pra ser sincero, eu acho que o cara que inventou a cueca devia ter o pinto muito pequeno pra querer esconde-lo tanto. Mas e daí que o pinto do cara era pequeno, coitado? Coitado o cacete, ele aproveitou o valor católico da genitália junto com o valor sócio-biológico da obrigatoriedade da virilidade masculina (nesse caso expressado esteticamente) pra lucrar em cima... e conseguiu! E com certeza transou com várias mulheres mesmo tendo micropênis.

Bom, como meu pinto também é pequeno e eu não inventei a cueca, decidi escrever o blog pra conseguir ficar rico, famoso e transar com todas as mulheres que eu quiser. Só que já to fudido, rico não vou ficar porque ainda não contratei o serviço de 0800 pras doações ao blog. Pegar todas as mulheres que eu quiser fica meio difícil depois duma confissão tão íntima. E a única fama que eu vou ter é de bilu.

Já que de início meus objetivos se frustraram por serem muito difíceis de se realizar4, achei melhor usar o blog pra me desabafar. Isso não quer dizer que vocês vão ficar sabendo quando alguma namorada minha me chifrar ou que eu consegui fazer baliza sem raspar a roda inteira na sargeta. Mas sempre que eu quiser fazer algum apontamento sobre fato da vida que me incomodou, e não achar que é babaca o suficiente pra que eu fique quieto, vou escrever aqui.

Nota de rodapé e artigos da CF e do CP realmente evidenciam que isso deve ser o blog de um CDF, chato, sem graça, com baixa auto(?)-estima e que ainda por cima faz direito. Mas eles são necessários: nota de rodapé ajuda a organizar o texto porque possui informações complementares. Se não forem lidas, não prejudicam o entendimento. Mas se forem, podem evidenciar suas razões de ser. Por exemplo, como direito é chato demais, é melhor colocar a fundamentação jurídica do que to denunciando num rodapé. Aí lê quem tem saco de fazer uma pesquisa de campo em cima das minhas palavras.

E pra que ficar falando de lei num blog?! Na verdade, pra mostrar a praga que o direito é, sendo onisciente, onipresente e onipotente. E como ele dita nossa vida, muitas vezes sem nem mesmo percebermos. Se as leis são feitas por meia dúzia de locão e elas controlam nossa vida, então essa meia dúzia de locão tá de certa forma controlando nossa vida. Poxa, que rapaz inteligente!

Mas até aí, junto com o direito, os nossos valores culturais também ditam nossa vida. Daí que o intuito é me desabafar jogando toda a culpa da minha amargueza em cima do direito e/ou desses valores culturais.

Afinal, como já disseram uma vez, no nosso mundo uma bunda vale mais do que mil cérebros. E como na academia não tenho hábito de malhar glúteos, é bom que eu tenha grandes idéias pra serem expostas aqui.




1 Art. 5º, inciso IX – "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;" da Constituição Federal.


2 Art. 233. "Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:

Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa." do Código Penal.


3 "Lingerie" é uma palavra francesa, abrasileirei porque prefiro assim.


4 não coloquei no plural porque geralmente é a gente mesmo que realiza objetivos né, eles não se realizam sozinhos