O eterno-retorno do mesmo é uma ideia elaborada por F. Nietzsche. Significa que voltaremos eternamente ao mesmo instante-já, repetindo ações e ressentindo emoções. O eterno contorno significa, ao revés, que temos uma tendência a contornar situações que não compreendemos. Em vez de aceitarmos a eterna oportunidade de vivenciar aquilo que mais potência nos faz sentir, acabamos tangenciando nossa própria existência. Em vez de retornarmos, envidamos uma fuga eterna.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Programa de D. Processual Penal com Lyra Filho e Warat
Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Ciências
Jurídicas
I – IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA
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Nome
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Processo
Penal I
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Curso
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Direito
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Código
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DIR5724
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Número
horas-aula
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Ano
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2012.2
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Turmas:
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Noturno
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Dias e horários
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Professora/discente
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Alexandre
Morais da Rosa – Athanis Rodrigues
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II – EMENTA
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Projeta-se a possibilidade de se analisar
as propostas teóricas na produção jurídico-literária de Roberto Lyra Filho e
Luis Alberto Warat, na transição teórica
do direito como processo ao direito como interpretação, e a
possibilidade de fornecerem a crítica de algumas dimensões do processo penal,
sobretudo ao seu núcleo principiológico e ao sistema de produção de provas
que lhe é peculiar (na busca e/ou formulação de uma “verdade real”).
Justifica-se a proposta pela disseminação da obra destes dois juristas nas
Universidades brasileiras, reconhecidos nacionalmente pela importância de
suas exegeses e pela espistemologia tipicamente latinoamericana que marca
seus escritos.
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III – OBJETIVOS
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Objetivo Geral:
Fornecer
um panorama geral sobre a obra de Roberto Lyra Filho e Luis Alberto Warat, e
sua importância para a discussão processualística penal brasileira, nas
searas da principiologia e da produção de provas.
Objetivos
Específicos:
a)
Situar o as propostas analíticas de cada um dos
autores, separadamente, a partir das matrizes teóricas de cada um;
b)
Cotejar as propostas teóricas dos autores com a
dogmática penal vigente encontrada nos tradicionais cursos e manuais de
processo penal;
c)
Comparar as obras dos autores para verificar
no que se aproximam, no que se distanciam, e como aplicar estes conhecimentos
na discussão de modelos teóricos para o conhecimento do direito brasileiro,
bem como aplicá-los ao Processo Penal.
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IV – CONTEÚDO
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1.
O contexto sociopolítico e a biografia de cada
autor: sua importância teórica para o ensino e a aplicação do direito no
Brasil.
2.
Os marcos teóricos de Roberto Lyra Filho e Luis
Alberto Warat.
3.
Roberto Lyra Filho e o direito como processo. Luis
Alberto Warat e o direito como interpretação.
4.
A proposta lyra-waratiana como processo dialético
interpretação-intervenção. Qual modelo teórico serve ao Brasil?
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V – METODOLOGIA
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Aulas expositivas dialogadas, discussões em roda sobre
textos específicos dos autores e apresentação de vídeos.
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VIII –
BIBLIOGRAFIA
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Básica
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CUNHA, Rosa Maria Cardoso da; WARAT, Luis Alberto.
Ensino e saber jurídico. Rio de
Janeiro: Eldorado Tijuca, 1977.
LYRA FILHO, Roberto. Karl, meu amigo: diálogo com Marx sobre o direito Porto
Alegre: Fabris, 1983.
______. Por que estudar direito, hoje? Brasília:
Ed. Nair, 1984.
WARAT, Luis Alberto. O amor tomado pelo amor: crônica de um sentimento desmedido.
______. Os quadrinhos puros do direito. In: Territórios desconhecidos: a procura
surrealista pelos lugares do abandono do sentido e da reconstrução da
subjetividade. Coordenadores: Orides Mezzaroba, Arno Dal Ri Jr, Aires Rover,
Cláudia Monteiro. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2004. V. 1.
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Complementar
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FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Tradução de
Laura Sampaio. 5. ed. São Paulo: Loyola, 1999.
______. A verdade e as formas jurídicas. 3. ed. Tradução de Roberto
Machado e Eduardo Morais. Rio de Janeiro: NAU, 2002.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo:
Paz e Terra, 2007.
______. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009.
KAFKA, Franz. O processo. Tradução
Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
LYRA FILHO, Roberto. O que é
direito. 17. ed. São Paulo: Brasiliense, 2006. (Primeiros passos, 62).
______. Para um direito sem dogmas. Brasília: Ed. Nair, 1984.
WARAT, Luis Alberto. A digna voz da majestade: linguística
e argumentação jurídica, textos didáticos. Coordenadores: Orides Mezzaroba,
Arno Dal Ri Jr, Aires Rover, Cláudia Monteiro. Florianópolis: Fundação
Boiteux, 2004. V. 4.
______. Territórios desconhecidos: a procura surrealista pelos lugares do
abandono do sentido e da reconstrução da subjetividade. Coordenadores: Orides
Mezzaroba, Arno Dal Ri Jr, Aires Rover, Cláudia Monteiro. Florianópolis:
Fundação Boiteux, 2004. V. 1.
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Filmes
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Muito além do Cidadão
Kane. Simon Hartog.
Ônibus 174. José Padilha, Felipe Lacerda.
O veneno está na mesa.
Silvio Tendler.
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sábado, 1 de setembro de 2012
A neurociência e a biologia da cognição a serviço da epistemologia descolonial
A neurociência e a
biologia da cognição a serviço da epistemologia descolonial
Athanis Rodrigues
Mestrando pelo programa de pós-graduação em Direito da
UFSC
Em sua obra
“Muito além do nosso eu”, o neurocientista Miguel Nicolelis antevê,
utopicamente, um futuro não muito distante em que a interação cérebro-máquina
em interfaces virtuais possibilitará a libertação de nossa mente pensante das
limitações orgânicas de nosso corpo físico. Em outras palavras, propõe que a
neurociência pode funcionar como agente de transformação social, no momento em
que a união entre cérebro e máquinas pode mudar nossas vidas e nossas relações
humanas, sociais e afetivas.
Dentre as
inovações da neurociência, incluem-se neuropróteses corticais instaladas no
sistema nervoso central, possibilitando que os impulsos eletro-magnéticos de
nossos cérebros enviem sinais motores para máquinas robóticas acopladas em
nossos corpos, como se efetivamente fossem seus membros. Com esta tecnologia,
pessoas que sofrem de paralisia poderão recuperar a mobilidade corpórea. Não
obstante, há ainda um exoesqueleto de corpo inteiro, a ser utilizado pelo
projeto “Andar de novo”, amostra do Dr. Gordon Cheng, da Universidade Técnica
de Munique. De sua parte, Nicolelis tem empreendido projetos na cidade de
Natal, no estado do Rio Grande do Norte, de modo a possibilitar a educação de
comunidades carentes. Assim, o ambicioso Campus do Cérebro, parte do Instituto
Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra, inclui a criação
de uma escola pública de ensino integral, viabilizando um projeto
político-pedagógico inspirado na união das ideias de Paulo Freire e Alberto
Santos Dumont (p. 486).
Entretanto, a
anunciação mais impressionante da obra parece mesmo ser a “brainet”, uma nova
rede mundial de comunicação intersubjetiva em interfaces virtuais, que
possibilitará a comunicação de vastas populações humanas sem que necessitemos
escrever ou pronunciar, oralmente, uma só palavra. Em outras palavras, a
comunicação ocorreria por meio único e exclusivo de nossos pensamentos,
atingindo em cheio o atual sistema midiático capitalista que, monopolizando as
informações tecno-científicas e político-econômicas, impede que o acesso a
informação se desenrole de maneira efetivamente democrática.
No mesmo
sentido, a biologia da cognição de Maturana e Varela, em sua obra “Àrvore do
conhecimento”, bem como “Os passos para uma mente ecológica”, de Gregory
Bateson, fornecem elementos para construirmos a teoria do conhecimento humano,
gerando, por conseqüência, uma nova forma de perceber o mundo que nos rodeia.
Neste sentido, a obra destes biólogos e antropólogos, unidas aos avanços da
neurociência atestados por Nicolelis e Cheng, geram implicações numa seara de
crucial importância para as ciências humanas: a epistemologia, ramo específico da filosofia que trata das formas
segundo as quais o ser humano vai conhecer seu próprio mundo – exterior e, por
que não dizer também, interior.
Não se trata de
misticismo ou ficção científica: os avanços tecnológicos na interação
cérebro-máquina a partir de interfaces virtuais, vai gerar uma nova forma de
relacionamento humano, social e afetivo, exigindo, para tanto, novos paradigmas
éticos e políticos. Em razão destas descobertas, o presente trabalho intenta averiguar
quais seriam suas contribuições para um novo ramo de epistemologia que tem
emergido do pensamento de teóricos e filósofos latinoamericanos, indianos e
africanos: a epistemologia descolonial.
O termo epistemologia descolonial refere-se a
uma nova forma de encarar as relações socioeconômicas, políticas e culturais
entre os países do Norte do planeta e aqueles do Sul. Ateste-se, neste
desiderato, que o período colonial ainda não terminou, apenas adquiriu novas
facetas, reorganizando-se a partir das novas divisões internacionais do
trabalho. Neste sentido, vivemos num período pós-colonial. O jurista Eugênio Raul Zaffaroni, ministro da Suprema
Corte argentina, já dissera, há alguns anos, que vivemos num período de tecno-colonialismo, no qual a dominação e
colonização socioeconômica e política deram lugar a uma nova forma de controle
dos países de economia mais fraca, por meio da monopolização dos avanços
tecnológicos.
Neste sentido,
as inovações trazidas pelos biólogos e neurocientistas supracitados fornece
subsídios para discutirmos a “descolonização da subjetividade”, expressão
utilizada por outro pensador do descolonialismo, Walter Mignolo: seria o caso
de perguntarmos, por exemplo, como uma interface virtual de comunicação
intersubjetiva como a brainet possibilitaria novas formas de mobilização
popular, organização política e relacionamento social. Como serão as novas
“primaveras dos povos”, períodos de mobilização de massas que realizam
revoluções culturais, com o advento destas novas tecnologias? É perseguindo as
respostas para perguntas como essa que o presente trabalho se concretiza.
REFERÊNCIAS
LANDER, Edgardo (Compilador). La colonialidad del saber:
eurocentrismo y ciencias sociales, perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires:
Clacso, 2003.
MATURANA, Humberto R.,; MAGRO, Cristina;
PAREDES, Victor. Cognição, ciência e vida cotidiana. Belo
Horizonte: UFMG, 2001.
MATURANA, Humberto R.,; VARELA G., Francisco.A
árvore do conhecimento: as bases biológicas do entendimento
humano. Campinas: Psy II, 1995.
MIGNOLO, Walter. Epistemic disobedience, independent
thought and de-colonial freedom. In: Theory, Culture & Society. Los Angeles, London, New Delhi, and
Singapore: SAGE, 2009. V. 26. p. 1-23.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do
futuro. São Paulo: Cortez; Brasília: Unesco; 2000.
NICOLELIS, Miguel; NICOLELIS,
Giselda Laporta. Muito além do nosso eu: a nova neurociência
que une cérebro e máquinas e como ela pode mudar nossas vidas. São Paulo:
Companhia das Letras, 2011.
WALSH, Catherine; MIGNOLO, Walter; GARCIA
LINERA, Álvaro. Interculturalidad, descolonización del Estado y del conocimiento.
Buenos Aires: Del Signo, 2006.
ZAFFARONI, Eugênio Raúl. Em busca das penas perdidas: a perda de
legitimidade do sistema penal. 5.ed. Rio de Janeiro: Revan, 2001.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
A Biblioteca do Pluri-verso
A Biblioteca do Pluri-verso
Em 1984, A Revolução dos Bichos inaugurou um Admirável Mundo Novo. N'A Gramática do Tempo, A Condição Pós-moderna se tornou um pedacinho da Utopia Antropofágica.
Afinal, se Ser e Tempo não comportam a Fenomenologia do Mestiço, O Ser e o Nada jamais comportarão as Epistemologias do Sul. A Náusea só pode fazer uma Crítica da Razão Pura, mas as Memórias Póstumas de Brás Cubas fazem uma Crítica da Razão Tupiniquim.
A partir daqui, a Pedagogia da Autonomia, superada a Pedagogia do Oprimido, se torna parte integrante dos Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro.
E assim, As Meninas dizem Feliz Ano Velho, pois A Paixão segundo GH deixa os Morangos Mofados.
Demian, O Estrangeiro, está Em Busca das Penas Perdidas: O Processo de sua juventude está preso n'O Castelo. Mas é na Colônia Penal de São Bernardo que um Dom Casmurro vive sua Angústia.
Os Sertões são a versão brasileira de 1492: o Encobrimento do Outro. Iracema e O Guarani são Os Filhos dos Dias. O Poderoso Chefão chama-se Zé Pequeno na Cidade de Deus.
Isto significa que A Formação do Brasil Contemporâneo deve muito a Casa Grande e Senzala, mas mais ainda a-O Povo Brasileiro. A República em que vivemos chama-se O Ornintorrinco. Eis a nossa Verdade Tropical.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
7 teses sobre a vida
7 teses sobre a vida
1 - O simples
fato de você estar lendo a este conjunto pretensioso de teses é o melhor indicativo
de que a sua vida, como a minha, carece de sentido absoluto. Nosso primeiro
gesto para com a vida é aceitá-la em suas discrepâncias, nem sempre
inteligíveis a partir de ferramentas racionais. Nem tudo o que passa pela vida
necessita sentido, justificativa, causa, razão, verdade fundamental/fundante.
Aliás, retifique-se: nada que passa pela vida necessita desta parcela de
situações. Ocorre necessariamente que todas as narrativas, todas as ideologias,
todos os discursos e práticas que quiserem conferir um sentido unívoco para a
vida de um ser humano, ou mesmo para as vidas de vastas populações massificadas,
merecem suspeita. Esta pluralidade não é marca exclusiva de nossa época, razão
pela qual não perco meu tempo aqui diferenciando modernidade de ultra/super/pós-modernidade,
discussão plausível em apenas algumas cadeiras de pós-graduação em ciências
humanas (e talvez alguns gabinetes que funcionem como centro de decisões
políticas locais, regionais, nacionais ou transnacionais). Fiquemos atentos:
toda tentativa de conforto na obtenção de uma resposta, toda tentativa de
satisfação libidinal em gozar o usufruto de um objeto de desejo, toda tentativa
de cristalização ritualística para uma perpetuação costumeira e social de um
hábito qualquer, toda série de expedientes e procedimentos logicamente
encadeados para a tessitura de um significado absoluto para se viver a vida,
totemizado em forma de arte ou ciência, só irá nos conduzir à sombra anunciada
pela psicanálise: a morte. Viver não se trata apenas do conjunto de forças que
agem contra a morte, resistindo a ela. Viver é exatamente aproveitar a situação
inevitável e irremediável da morte para, a partir dela, fecundar o novo. Daí
porque o significado de uma vida só pode advir após sua cessão. É nisto que
reside a atualidade quase extemporânea de Sócrates, que transcendeu os obstáculos
do tempo mais por um comportamento que por uma obra.
2 – A busca pela felicidade só pode ser uma busca tola,
pateta ou patética. Àqueles que acreditam que a vida significa a luta e o
trabalho incessantes no sentido de suspender temporalmente os breves intervalos
de prazer que encontramos pelo nosso caminho – tornando-os mais vastos, mais dilatados no tempo, quiçá
contínuos – só resta uma vida de frustração, desânimo, tristeza e depressão,
estas sim, talvez contínuas. Nosso corpo é palco de uma guerra interna. Nesta
disputa dialética, não há vencedores. Esta é a lição existencialista de
pensadores como Sartre, ou absurda, a partir de Kafka ou Camus: o que somos está
para ser lançado, não está dado, pode se transformar e necessariamente vai
transmutar, é na transfiguração que o ser, no tempo, se manifesta, razão pela
qual a existência, e toda sorte de iniqüidades, direitos e avessos emergirão,
restando que o que realmente somos, enquanto indivíduos, é um processo
ininterrupto, onde as regras do jogo são construídas no próprio jogar, jogo de
estratégias e improvisos, no palco que é a vida, peça teatral sem ensaio
prévio. Independentemente da concretização de nossos objetivos mais ternos, a
felicidade e a tristeza virão em doses desiguais, restando alocar a vida, e o
sentido que queremos construir para ela, fora, além, muito além desta dualidade
limitada e egoísta entre prazer e sofrimento, entre felicidade e tristeza,
entre gozar e brochar. Não nos esqueçamos: no paraíso que projetamos
virtualmente para nossas vidas pode se esconder o inferno do qual tentamos
sempre nos afastar. Este inferno, indo contra o filósofo já citado, não é os
outros: somos nós, nós mesmos, do eu para o consigo.
3 – Disse o grande poeta português que a arte é uma prova
(cabal, diria eu) de que a vida não basta. Com isso quis dizer que a vida só se
preserva na eterna novidade do devir. O que eternamente-retorna igual e
idêntico, e a arte o comprova, é o íntimo desejo humano por reorganizar a
natureza e a vida, conferindo-lhe um pouco de si, um pouco da parcela de sua
personalidade, um pouco de sua criatividade, ocultada historicamente por tantos
procedimentos cruéis de dominação da subjetividade. Estando sempre para ser
construída ou reconstruída, a vida é o espelho da arte: as demandas
existenciais da vida são a prova de que a arte, por si só, já é capaz de
reorganizá-la. Então deixemos de lado esta postura meramente contemplativa para
com a obra de arte. A obra de arte é a prova de que a vida de alguns seres
humanos não lhes bastava, e que, para que se bastasse em sua angústia
existencial (que também eternamente lhes retornava), resolveram forjar um novo
universo, criando novas formas de viver e de encarar a vida, a partir da
reorganização das matérias-primas (físicas e emocionais) mais singelas. A lição
da arte é que a arte extravasa seus próprios limites: a arte só é arte porque,
ao mesmo tempo que é trancafiada num museu antiquado, faz política, faz
mentalidades, faz subjetividades, faz governos, faz nações, faz culturas, faz
todo tipo de criações necessariamente humanas. Então a própria vida talvez
seja, em cada ser humano – se decidirmos encarar a todos como artistas – a maneira
segundo a qual cada um escolheu fazer arte. Lembro-me de Augusto Boal quando
diz que ser humano é ser teatro: antes de mais nada, agimos. A ação torna a
todos atores. Mas nossa ação não possui roteiros, então improvisamos. Sendo
atores improvisadores, somos ao mesmo tempo roteiristas. Também figurinistas, despindo-se
e vestindo-se tantas vezes ao dia que só faz sentido analisar nossas pequenezas
sob este viés cênico. Ao final, não há quem nos dirija (embora Boal soubesse,
como eu e você sabemos, de todos os aparatos de dominação e opressão que
existiram durante a história da humanidade). Mas com isto queria infundir outra
lição existencial: angustiadamente jogados no palco da vida, é preciso que
dirijamos as nossas próprias ações. O final do espetáculo pode infundir
sensações e emoções indizíveis em nossa plateia – e nós temos total
responsabilidade quanto a isso.
4 – Perpetuar a espécie é um tipo de discurso malévolo que
nos faz pensar que é mais importante e divertido ter filhos que são iguaizinhos
a nós mesmos (em defeitos e qualidades) do que participar de um novo tipo de criação
de indivíduos, no sentido de um engajamento maior e coletivo na criação
daqueles seres humanos que enfrentam dificuldades existenciais como fome, sede,
desnutrição, ausência de afeto. Há por aí uma parcela imensa de indivíduos
carentes de amor: eu e você somos dois exemplos pequenos desta imensidão. Há
por aí uma parcela gigantesca de indivíduos carentes de tudo: amor, afeto, carinho,
acesso, chance, convicção, coragem, comida, água, cobertores, banhos, educação,
oportunidades, arte, emoção. Poucos países não possuem pelo mesmo um indivíduo
que se encaixe nesta categoria. Então pergunto: por que encerrar nosso
potencial de educadores neste movimento narcísico que é a perpetuação de si
mesmo, do eu, do ego, numa miniatura de nós, com nossa carga genética, e com a
herança de se sentirem obrigadas a serem, senão melhores, pelo menos iguais a
nós, em conquistas e frustrações? Será que nas creches, nas favelas, nas
grandes casas ricas da elite que se trancafia a si mesma em condomínios, nas
ruas, nas escolas, nos asilos, nas prisões, não existe uma porção imensa de
seres humanos aguardando, ansiosa e angustiadamente, por aqueles que vão
auxiliar em sua criação, e em sua constituição enquanto seres, efetivamente,
humanos?
5 – Nunca duvidemos da parcela de amor e ódio que cada ser
humano carrega dentro de si. Não nos esqueçamos, sobretudo, de que o amor e o
ódio apenas dependem de estímulos para se colocarem no mundo e se
multiplicarem. A vida de ódio gera apenas mais ódio, e esta confabulação
energética não é apenas o que se pode chamar de coincidência, ou biodinâmica
físico-molecular, ou cinética química. O gesto de amor é tão avassalador quanto
o gesto de ódio. Aliás, o amor é tão ou mais violento que o ódio: mais violento
no sentido de abalar com muito mais vigor a ordem estabelecida. Cada atitude,
cada comportamento que inspire o amor, ou que seja sincero em transparecer o
amor que nutre e legitima sua ação; e, da mesma forma, cada comportamento que
inspire o ódio, ou que seja sincero em transparecer o ódio que nutre e legitima
sua ação; ambos, enfim, possuem a mesma potência criadora. E podemos
rapidamente ir a dois extremos ilustrativos desta colocação objetiva: Hitler e
Gandhi. Quem foi mais violento? Foucault, Zizek e eu achamos que foi o segundo.
O motivo é simples: ele mostrou que a guerra pode ser feita com a paz, e isto
mudou todo o jogo das relações políticas e econômicas do poder neocolonial
estabelecido.
6 – As drogas mudam a vida das pessoas. Mas não são culpadas
ou responsáveis pelo bem ou mal que causam na vida destas mesmas pessoas. Ser
responsável para consigo e para com o mundo significa dosar que tipo de vida
teremos, e qual o lugar das drogas nesta modalidade de viver que erigimos para
nós mesmos. Contra toda sorte de preconceitos, saibamos que cada droga possui
sua história de vida e seus contributos para o ódio e o amor, para a guerra e a
paz, para a economia e a política. Mas, sempre se trata de seres humanos: do
mais simples ao mais complexo, da Revolução Francesa à colocação de Margaret
Tatcher de que “não existe, de modo algum, algo como a sociedade”, da guerra
mais sanguinária, do holocausto e das bombas atômicas – às poesias mais doces,
aos goles de vinho mais enamorados, aos sexos mais amorosamente bem feitos, do
estado de consciência racional ao estado de consciência transindividual
alucinógeno: sempre se tratam de seres humanos. Esta tese não é bem sobre
drogas, é para nos atentarmos de que estamos falando de seres humanos, seres
humanos, e aquém ou além de qualquer antropocentrismo ignorante para com a
vida, é para que nos lembremos que falamos de criação, sensibilidade, medo e
arte, talvez alguns caracteres elementares na vida de seres humanos
radicalmente diferentes.
7 – A vida não é apenas
dinheiro, fama, luxo, felicidade, ciência, arte, beleza, progresso,
perseverança, verdade, benemérito, ordem, economia, política,
produção-reprodução, dominação, emancipação, opressão, guerra, amor, ódio,
emoção, projeto de poder. O que melhor caracteriza a vida é sua parcela
inominável. O mais sincero da vida é o inominado, o anonimato. No mudo, no surdo
e no cego do cotidiano, a vida se confabula magicamente num entrelaçamento de
existências, sejam humanas ou inumanas, cuja graça efêmera é inefável. Não pode
ser dita, nem desdita, porque é indizível. Nos cala, mas também nos ensurdece e
cega. É que vivemos, estamos condenados a viver, e caso queiramos o gozo
absoluto da morte de maneira antecipada, deixaremos de vasculhar seu misterioso
enigma, que não possui mapa, e cuja aventura é feita de encontros imprevisíveis
e desencontros impensados. Numa cartografia da incerteza, vamos assinalando o
caminho com nossos próprios passos, porque já diria Antônio Machado que o
caminho é propriamente as marcas que nossos pés deixaram. Inexistindo algo que
nos gere um conforto que conduza a inércia, o Sol, ritualizado por tantas
gerações como Deus abençoado, simboliza, deitado no horizonte, a necessidade
mais vital da vida: continuar caminhando.
terça-feira, 3 de julho de 2012
Homem-Ossanha: o que diz ´vou´ e não vai
Xico Sá
Modos de macho, modinhas de fêmea & outros chabadabadás
PerfilXico Sá, 48, escritor e jornalista, colunista da Folha
Leia maisHomem-Ossanha: o que diz ´vou´ e não vai
03/07/12 - 02:50
POR XICOSA
POR XICOSA
É tempo de homens frouxos e perdidos, baby. Homens que não pegam no tranco. Homens que estão sempre confusos. Melhor: “cafusos”, como na blagle do gênio Didi Mocó -”eu tô cafuso, eu tô cafuso”.
E não me venham mais, caros colegas de perdição, com essa história de que estamos zuretas por causa do avanço da fêmea e outros chabadabadás etc etc. Isso é coisa para simpósio, café filosófico, Casa do Saber etc.
Caí nesse conto do varejo sociológico, mas agora me rebelo. Estamos perdidos por preguiça sentimental mesmo. Pura acomodação. Não tiramos a bunda do sofá. Seja para ver um Madureira x Brasiliense ou para ver o título do Corinthians na Libertadores.
Fingimos que estamos reagindo aos sinais dos tempos. Necas. Não confundam metrossexualismo com sensibilidade. Usar um creminho e depilar o peito, nos casos mais extremados, não é ser um hétero com alguma delicadeza. Muito pelo contrário.
Estamos onde sempre estivemos: acomodados à repetição da rotina. Homem ama quando o garçom pergunta: “o de sempre, doutor?”É deveras confortável. Daí levamos o conforto do botequim para todos os lugares.
Daí esquecemos o pedido mais óbvio e silencioso das mulheres: “Me surpreenda, miserável!”
E, amigo, se ela tiver que verbalizar esse pedido implícito nos seus olhos e gestos, adeus, estamos lascados. É que já estamos no atoleiro moral do namoro ou casamento.
Nossa boa forma de usufruir o melhor dos mundos é fácil. É só aplicar o lema dos escoteiros: “Sempre alerta”.
Sempre ligado para ler os sinais no rosto delas. Ler principalmente os olhos, as entrelinhas, os silêncios ao dobrar a esquina etc. Não deixar que ela se entregue a divagações com os farelos dos pães do café para nós dois.
Se você dá chance à metafísica dos farelos, já era. Logo mais a danada vai alegar um tal de retorno de Saturno, vai ficar toda mística, e adeus. Todo cuidado é pouco com todas as fêmeas, mas, por favor, atenção redobrada às mulheres que chegam ali por volta dos 28.
Idade fatalíssima. Mais esforço, hombres. Também estou tentando.
O que nos mata é esse eterno “Canto de Ossanha”, como no samba de Vinícius de Moraes e Baden Powell: “O homem que diz vou/ Não vai!”
Escute a música aqui e repare se não faz sentido.
Nunca estivemos tão vacilões. Canalhas primários. Só prometemos. Dizemos que vamos e… “puerra ninguna”, como diz meu papagaio paraguayo no seu portunhol selvagem.
Matamos até aquela clássica exclamação rosada das bochechas femininas: “Você só quer me comer!!!”
“Quem dera”, elas riem da nossa cara. Nem isso. Muitas vezes nem isso, como me contam aqui, na apuração da tese de boteco, as minhas lindas Gi,Dri,Mi,Bi,Fá,Só, Lá,Si…Dó! SP ama encurtar os batismos, eu acho ótimo e afetivo.
Passo a régua com um haikai que fiz um madruga dessas, no mercado do Peixe, Salvador, Rio Vermelho: Você vem, mexe, assanha /depois fica no vai não vai/ parece “Canto de Ossanha”.
domingo, 1 de julho de 2012
Grupo de estudos Foucaultianos
Grupo de estudos Foucaultianos
Livros para download
Michel Foucault: A obra
Folie et Déraison. Histoire de la Folie à l’Âge Classique, 1961
A história da loucura na idade clássica. FOUCAULT, Michel. São Paulo: Perspectiva, 1978. Neste livro, o autor põe em xeque concepções firmadas sob o rótulo de possíveis verdades científicas, como no campo da medicina psiquiátrica, em que sua análise crítica atingiu a operacionalidade terapêutica das noções tradicionais de sanidade e loucura.
Maladie Mentale et Psychologie, 1962
Doença Mental e Psicologia. FOUCAULT, Michel. Editora: Tempo Brasileiro. Revolucionário, este texto fundador, prenúncio da genialidade que caracteriza a obra do Autor, observa, com espantosa argúcia, que a «psicologia só foi possível quando se aprendeu a dominar a loucura». Aqui a demência é considerada a uma nova luz. Uma obra essencial para compreender um dos temas fulcrais do pensamento contemporâneo
Naissance de la Clinique, 1963 .
O Nascimento da Clínica. Fouucalt, Michel. Tradução Roberto Machado. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1977.
Esta obra procura examinar o novo tipo de configuração que caracteriza a medicina moderna e suas conexões com o surgimento de novas formas de conhecimento e novas práticas institucionais..
Les Mots et les Choses. Une Archéologie des Sciences Humaine, 1966
As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas.FOUCAULT, Michel. 8° ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. As ciências humanas são mais do que um saber - elas são uma prática, elas são instituições. Michel Foucault, ao analisar a gênese e a filosofia das ciências, mostra como é recente o aparecimento do 'homem' na história do nosso saber.
L’Archéologie du Savoir, 1969.
Arqueologia do saber.. FOUCAULT. Michel. A obra 'A arqueologia do saber', de Michel Foucault, é a efetiva elaboração do pensamento filosófico do autor no sentido de solidificar as bases investigativas da ciência, sobretudo ao promover uma revisão dos conceitos que enfatizam a natureza da história epistemológica.
Baixar Arquivo - 3 ed. Rio de Janeiro: Forense- Universitária, 1987
Baixar Arquivo - 7 ed. Rio de Janeiro: Forense- Universitária, 2008.
L’ Ordre du Discours, 1971.
A ordem do discurso: aula inaugural no collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. FOUCAULT, Michel. 5 ed. São Paulo: Loyola , 1996. Nesse livro, Foucault procura analisar a relação entre as práticas discursivas e as diversas formas de poder que as permeiam.
Ceci n’est pas une Pipe, 1973
Isto não é um Cachimbo. Foucault, Michel. Tradução Jorge Coli. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 2008. Contemplando a obra de René Magritte, Foucault desenvolve uma reflexão sobre questões fundamentais dentro das artes plásticas: a similitude e a representação, a relação entre texto e desenho, o signo verbal e a representação visual. Importante contribuição para o estudo da arte, sua história e seus elementos.
Surveiller et Punir. Naissance de la Prision, 1975
Vigiar e punir: nascimento da prisão. FOUCAULT, Michel. 20 ed. Petrópolis: Vozes, 1999. Esta obra é um estudo científico sobre a evolução histórica da legislação penal e respectivos métodos coercitivos e punitivos adotados pelo poder público na repressão da delinqüência. Os métodos vão da violência física até instituições correcionais
Histoire de la Sexualité I. La Volonté de Savoir, 1976
História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. FOUCAULT, Michel. Editora: Graal. A sexualidade tem sido bruscamente censurada, reprimida pela sociedade, depois de ter vivido em liberdade de palavras e atos? Segundo Foucault, a sociedade capitalista não obrigou o sexo a esconder-se. Ao contrário, desde o século XVI e principalmente a partir do último século, o sexo foi incitado a se confessar, a se manifestar.
Histoire de la Sexualité II. L’Usage des Plaisirs, 1984.
História da Sexualidade II: O uso dos prazeres. FOUCAULT, Michel. Editora: Graal. Nesta segunda parte de História da sexualidade, Foucault modifica o seu projeto original, que era de falar da sexualidade no século XIX e volta à Antigüidade, analisando as práticas existentes em torno do sexo na Grécia Antiga. Foucault não aceita a hipótese repressiva pela qual a sexualidade é reprimida pelo sistema. Para ele, a sociedade capitalista liga prazer e poder.
Histoire de la Sexualité III. Le Souci de Soi, 1984.
História da Sexualidade III: O cuidado de si. FOUCAULT, Michel. Editora: Graal. Foucault vai até a Antiguidade clássica, do império greco-romano para investigar as reflexões morais sobre o sexo, a relação com o precursor da moral cristã - o prazer sobre profundas alterações, ganhando força o ideal de suportar a privação do sexo, limitando-se seu uso ao casamento e à procriação.
Dits et Écrits I (em francês)
Ditos e Escritos III - Estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema. FOUCAULT, Michel. Organizador: Manoel Barros da Motta. Editora: Universitária Forense. Foucault analisa obras que, diante da perspectiva humanista dominante na episteme da modernidade através do que poderíamos chamar de orientação nietzschiana na filosofia, criaram uma literatura que é uma alternativa às problemáticas do sentido, da vida e da linguagem dominantes na fenomenologia e no existencialismo, e que para ele se apresentavam como "sufocantes".
Livros editados por Foucault
Moi, Pierre Rivière, ayant égorgé ma mère, ma souer et mon frère, 1973.
Eu, Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão. Rio de Janeiro, Graal, 1977. Este livro é o resultado de um trabalho de equipe realizados no College de France sob a direção de Michel Foucault, reunindo as peças judiciárias do processo e desenvolvendo análises sobre aspectos jurídicos e psiquiátricos do caso luz das conceituações atuais.
Nietzsche, Freud, Marx., 1967.Conferência no Colloque de Royaumont em julho/1964
Nietzsche, Freud e Marx. FOUCAULT, Michel. São Paulo: Princípio, 1997.
Microfísica do Poder. FOUCAUL, Michel. Tradução e Organização: Roberto Machado.Editora Graal, A obra traz vário artigos e entrevistas que possuem como tema central a questão do poder na sociedade capitalista: na sua natureza, seu exercício e suas instituições.
Securité, territoire et population. Curso no Collège de France /1978.
Segurança, Território, População. Michel Foucault. Editora: Martins Fontes. Partindo do problema do biopoder, ele se propõe estudar a implantação, no século XVIII, dessa nova tecnologia de poder, distinta dos mecanismos disciplinares, que tem por objeto a população, e gerenciá-la a partir do conhecimento de suas regularidades específicas. Tese original que este curso formula do liberalismo como racionalidade governamental baseada no princípio do laisser-faire
Naissance de la biopolitique Curso no Collège de France em 1979
O nascimento da biopolítica: curso dado no collège de France (1978-1979). FOUCAULT, Michel. [tradução de Eduardo Brandão]. São Paulo: Martins Fontes, 2008. Depois de mostrar como, no século XVIII, a economia política assinala o nascimento de uma nova razão governamental - governar menos, por uma preocupação de eficácia máxima, em função da naturalidade dos fenômenos com que se tem de lida.
Du gouvernement des vivants. Curso no Collège de France em 1980
Do Governos do vivos: cursos no collège de France (1979-1980): aulas de 9 e 30 de janeiro de 1980. FOUCAULT, Michel. Editora: CCS. Entre outras questões, a obra aborda como foram constituídas as formas de obediência, como foi possível ao indivíduo moderno a relação estabelecida dele mesmo com práticas sistemáticas de renúncia da vontade, da liberdade e de si mesmo e do que procede, nas sociedades ocidentais, a prática da 'servidão voluntária'.
Le gouvernement de soi et des autres. Último curso ministrado por M. Foucault no Collège de France.
O Governo de Si e dos Outros. Tradução Eduardo Brandão. Martins Fontes. Qual governo de si deve ser o fundamento e o limite ao governo dos outros? A partir desta questão, Foucault se situa em relação à herança filosófica e problematiza o status da sua própria fala.
La vérité et les formes juridiques. Tradução dasconferências na PUC/Rio de Janeiro.
A verdade e as formas jurídicas. 3ed. Rio de Janeiro: NAU editora, 2002.FOUCAULT, Michel. Nas conferências reunidas nesta obra, o autor pretende mostrar que as condições políticas, econômicas de existência não são um véu ou um obstáculo para o sujeito do conhecimento, mas aquilo através do que se formam os sujeitos de conhecimento e, conseqüentemente, as relações de verdade.
Il fault défendre la societé. Curso no Collège de France em 1976.
Em defesa da sociedade curso no collège de France (1975 – 1976). Foucault se interroga sobre a pertinência do modelo da guerra para analisar as relações de poder.
L’hermeneutic du sujet. (1981-1982).
A Hermenêutica do Sujeito Curso no Collège de France.
Foucault apresenta uma investigação da noção de 'cuidado de si' que organiza as práticas da filosofia. Ao descrever o modo de subjetivação antiga, ele busca tornar patente a precariedade do modo de subjetivação moderno
Os comentadores de Michel Foucault
Esperando Foucault, ainda. Marshall Sahlins (antropólogo americano, professor na Universidade de Chicago). Tradução de Marcela Coelho de Souza e Eduardo Viveiros de Castro.Editora Cosac Naify
Foucault: Conceitos Essenciais. REVEL, Judith. Editora Clara Luz. Esse livro apresenta conceitos através dos quais se exprime o pensamento teórico e filosófico de Michel Foucault, apresentando as principais noções foucaultianas na forma de um vocabulário, ao todo a obra soma 33 conceitos essenciais para compreender Foucault.
Revel, Judith. Le vocabulaire de Foucault (Paris, 2002)
El vocabulario de Michel Foucault. Un recorrido alfabético por sus temas, conceptos y autores. CASTRO, Edgardo. Poucos escritos sobre Foucault merecem tanto o nome de “caixa de ferramentas” como este livro o leitor tem em mão um sofisticado mapa de suas principais temáticas e questões. Cada verbete não apenas “faz referência a onde, nos escritos de Foucault, aparece cada termo, mas quer, ademais, oferecer uma indicação (às vezes sucinta, às vezes extensa) de seus usos e contextos”.
Michel Foucault y sus contemporáneos. DIDIER, Eribon. Editora: Nueva Visión. Ao contrapor e cotejar a vida e a obra de Michel Foucault com as de seus mais ilustres contemporâneos – Georges Dumézil, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Georges Canguilhem, Roland Barthes, Jacques Lacan e Claude Lévi-Strauss, entre outros –, Didier Eribon revela como uma filosofia que se empenhou em pensar seu presente consegue sobreviver às suas condições de emergência, constituindo um vigoroso elemento de nossa atualidade.
La naturaleza humana: justicia versus poder : un debate. CHOMSKY, Noam. FOUCAULT, Michel. Editora: Austral Espanha. Em novembro de 1971 Michel Foucault se encontrou com Noam Chomsky em um programa televisivo da TV holandesa, onde debateram por cerca de uma hora o tema "Natureza Humana: Justiça Versus Poder".
Foucault em 90 minutos. STRATHERN, Paul. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003. Um dos filósofos do século XX, Michel Foucault desenvolveu seu pensamento a partir da relação entre saber e poder. O autor dessa obra aborda as pesquisas sobre história da loucura, punição, sexualidade e outros temas.
Para Ler Michel Foucault. BOAS, Crisoston Terto Vilas. Ouro Preto: Imprensa Universitária da Ufop, 1993.
Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. DREYFUS, Hubert L.; RABINOW, Paul. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. Hubert Dreyfus e Paul Rabinow só deram por concluído este livro após horas e horas de conversas e revisões feitas pelo próprio Foucault.
Foucault e os domínios da linguagem: discurso, poder, subjetividade.SARGENTINE, Vanice & NAVARRO-BARBOSA, Pedro (orgs.). São Carlos: Claraluz, 2004. Este livro apresenta as reflexões de Michel Foucault nos domínios da linguagem e revela sua preocupação com as relações entre o discurso, o poder e a produção de subjetividade.
Figuras de Foucault. RAGO, Margareth. VEIGA-NETO, Alfredo (Orgs.). 2. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. Com a publicação desta coletânea, os autores contribuem para a expansão do pensamento do filósofo e levam adiante as análises e as problematizações desenvolvidas por ele, reafirmando a atualidade de Foucault, que comemoraria 80 anos de vida neste ano.
Michel Foucault: sexualidade, corpo e direito. Org. Luiz Antônio Francisco de Souza, Thiago Sabatine e Bóris Magalhães. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. Obra organizada a partir das palestras apresentadas no colóquio de mesmo título, realizado na UNESP/Marília em junho de 2010.
Foucault. Deleuze, Gilles. São Paulo: Editora Brasiliense, 2005.
MUCHAIL, Salma Tannus. Foucault, simplesmente. São Paulo: Edições Loyola, 2004. A obra mostra que entrelaçando filosofia e história, o filósofo se ocupou com uma grande diversidade de assuntos: a loucura e o louco, a medicina e o doente, as ciências humanas e a literatura, a prisão e o delinqüente, a sexualidade e o sujeito ético, motivo pelo qual seus escritos interessam a diversas áreas de saberes e práticas: psiquiatria, medicina, psicologia, sociologia, direito, artes etc.
ZOUNGRANA, Jean de. Michel Foucault un parcours croisé – Lévi Strauss, Heidegger. E’ditions Harmattan, 1998.
GUTTING, Gary. Foucault: A Very Short Introduction. Edições Oxford Uk, 2005.
The Cambridge Companion to Foucault: 2nd Edition. Edited by: Gary Gutting.
Leitura de apoio.
Manicômios, Prisões e Conventos. GOFFMAN, Erving. São Paulo: Editora Perspectiva, 2001. O autor foca-se, essencialmente, no caráter fechado destas instituições, que pelas suas características e modo de funcionar não permitem qualquer contacto entre o internado e o mundo exterior.
A Vigilância Punitiva: A postura dos educadores no processo de patologização e medicalização da infância. LUENGO, Fabíola Colombani. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. Pretende analisar a postura dos educadores diante do processo de patologização no campo educacional, levando em conta a sociedade eugênica e disciplinar, que foi consolidada com o processo de higienização ocorrido no início do século XX.
BENTHAM, Jeremy. O Panóptico. Organização de Tomaz Tadeu ; Traduções de Guacira Lopes Louro, M. D. Magno, Tomaz Tadeu. -- 2. ed.. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. Este livro apresenta pela primeira vez, a tradução para o português, feita a partir do original, em inglês, das cartas que constituem o principal texto de Jeremy Bentham sobre o projeto do Panóptico. Durante muito tempo, a principal fonte de conhecimento sobre o Panóptico estava reduzida ao capítulo de Vigiar e punir que Foucault havia dedicado à sua análise.
MACHADO, Roberto. Danação da Norma: Medicina Social e Constituição da Psiquiatri no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1978.
A tese central e De que, no século XIX, tenha começado a tomar lugar uma ciência médica, chamada medicina social que pretendia interferir e medicalizar a sociedade, nas vidas dos indivíduos, mais do que os outros setores tradicionais da medicina. É uma medicina que, aliada ao poder do Estado, medicaliza as diferentes esferas e as diferentes instituições da sociedade brasileira.
Gênero, sexo, amor e dinheiro: mobilidades transnacionais envolvendo o Brasil (Orgs.) Adriana Piscitelli, Gláucia de Oliveira Assis e José Miguel Nieto Olivar. Coleção Encontros: Pagu/Núcleo de Estudos de Gênero.
Kritsch, Raquel. Soberania – A construção de um conceito. São Paulo: Editora IMESP, 2002. Este livro apresenta um estudo da gênese e do desenvolvimento da noção de soberania. A ideia aparece inicialmente nas disputas de jurisdição entre ‘imperium’ e o ‘sacerdotium’ e, numa fase posterior, sobretudo a partir do século XIV, nos conflitos entre dois poderes e as nascentes monarquias nacionais europeias.
Pelbart, Peter Pál. A Nau do Tempo Rei: 7 ensaios sobre o tempo da loucura. Rio de Janeiro: Imago, 1993. Os sete ensaios reunidos neste volume tratam do tempo, dos anjos, dos loucos. De forma pouco acadêmica, Peter Pál Pelbart nos introduz, através deles, à problemática da loucura em seus aspectos mais inaparentes.
Livros para download
Michel Foucault: A obra
Folie et Déraison. Histoire de la Folie à l’Âge Classique, 1961
A história da loucura na idade clássica. FOUCAULT, Michel. São Paulo: Perspectiva, 1978. Neste livro, o autor põe em xeque concepções firmadas sob o rótulo de possíveis verdades científicas, como no campo da medicina psiquiátrica, em que sua análise crítica atingiu a operacionalidade terapêutica das noções tradicionais de sanidade e loucura.
Maladie Mentale et Psychologie, 1962
Doença Mental e Psicologia. FOUCAULT, Michel. Editora: Tempo Brasileiro. Revolucionário, este texto fundador, prenúncio da genialidade que caracteriza a obra do Autor, observa, com espantosa argúcia, que a «psicologia só foi possível quando se aprendeu a dominar a loucura». Aqui a demência é considerada a uma nova luz. Uma obra essencial para compreender um dos temas fulcrais do pensamento contemporâneo
Naissance de la Clinique, 1963 .
O Nascimento da Clínica. Fouucalt, Michel. Tradução Roberto Machado. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1977.
Esta obra procura examinar o novo tipo de configuração que caracteriza a medicina moderna e suas conexões com o surgimento de novas formas de conhecimento e novas práticas institucionais..
Les Mots et les Choses. Une Archéologie des Sciences Humaine, 1966
As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas.FOUCAULT, Michel. 8° ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. As ciências humanas são mais do que um saber - elas são uma prática, elas são instituições. Michel Foucault, ao analisar a gênese e a filosofia das ciências, mostra como é recente o aparecimento do 'homem' na história do nosso saber.
L’Archéologie du Savoir, 1969.
Arqueologia do saber.. FOUCAULT. Michel. A obra 'A arqueologia do saber', de Michel Foucault, é a efetiva elaboração do pensamento filosófico do autor no sentido de solidificar as bases investigativas da ciência, sobretudo ao promover uma revisão dos conceitos que enfatizam a natureza da história epistemológica.
Baixar Arquivo - 3 ed. Rio de Janeiro: Forense- Universitária, 1987
Baixar Arquivo - 7 ed. Rio de Janeiro: Forense- Universitária, 2008.
L’ Ordre du Discours, 1971.
A ordem do discurso: aula inaugural no collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. FOUCAULT, Michel. 5 ed. São Paulo: Loyola , 1996. Nesse livro, Foucault procura analisar a relação entre as práticas discursivas e as diversas formas de poder que as permeiam.
Ceci n’est pas une Pipe, 1973
Isto não é um Cachimbo. Foucault, Michel. Tradução Jorge Coli. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 2008. Contemplando a obra de René Magritte, Foucault desenvolve uma reflexão sobre questões fundamentais dentro das artes plásticas: a similitude e a representação, a relação entre texto e desenho, o signo verbal e a representação visual. Importante contribuição para o estudo da arte, sua história e seus elementos.
Surveiller et Punir. Naissance de la Prision, 1975
Vigiar e punir: nascimento da prisão. FOUCAULT, Michel. 20 ed. Petrópolis: Vozes, 1999. Esta obra é um estudo científico sobre a evolução histórica da legislação penal e respectivos métodos coercitivos e punitivos adotados pelo poder público na repressão da delinqüência. Os métodos vão da violência física até instituições correcionais
Histoire de la Sexualité I. La Volonté de Savoir, 1976
História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. FOUCAULT, Michel. Editora: Graal. A sexualidade tem sido bruscamente censurada, reprimida pela sociedade, depois de ter vivido em liberdade de palavras e atos? Segundo Foucault, a sociedade capitalista não obrigou o sexo a esconder-se. Ao contrário, desde o século XVI e principalmente a partir do último século, o sexo foi incitado a se confessar, a se manifestar.
Histoire de la Sexualité II. L’Usage des Plaisirs, 1984.
História da Sexualidade II: O uso dos prazeres. FOUCAULT, Michel. Editora: Graal. Nesta segunda parte de História da sexualidade, Foucault modifica o seu projeto original, que era de falar da sexualidade no século XIX e volta à Antigüidade, analisando as práticas existentes em torno do sexo na Grécia Antiga. Foucault não aceita a hipótese repressiva pela qual a sexualidade é reprimida pelo sistema. Para ele, a sociedade capitalista liga prazer e poder.
Histoire de la Sexualité III. Le Souci de Soi, 1984.
História da Sexualidade III: O cuidado de si. FOUCAULT, Michel. Editora: Graal. Foucault vai até a Antiguidade clássica, do império greco-romano para investigar as reflexões morais sobre o sexo, a relação com o precursor da moral cristã - o prazer sobre profundas alterações, ganhando força o ideal de suportar a privação do sexo, limitando-se seu uso ao casamento e à procriação.
Dits et Écrits I (em francês)
Ditos e Escritos III - Estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema. FOUCAULT, Michel. Organizador: Manoel Barros da Motta. Editora: Universitária Forense. Foucault analisa obras que, diante da perspectiva humanista dominante na episteme da modernidade através do que poderíamos chamar de orientação nietzschiana na filosofia, criaram uma literatura que é uma alternativa às problemáticas do sentido, da vida e da linguagem dominantes na fenomenologia e no existencialismo, e que para ele se apresentavam como "sufocantes".
Livros editados por Foucault
Moi, Pierre Rivière, ayant égorgé ma mère, ma souer et mon frère, 1973.
Eu, Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão. Rio de Janeiro, Graal, 1977. Este livro é o resultado de um trabalho de equipe realizados no College de France sob a direção de Michel Foucault, reunindo as peças judiciárias do processo e desenvolvendo análises sobre aspectos jurídicos e psiquiátricos do caso luz das conceituações atuais.
Nietzsche, Freud, Marx., 1967.Conferência no Colloque de Royaumont em julho/1964
Nietzsche, Freud e Marx. FOUCAULT, Michel. São Paulo: Princípio, 1997.
Microfísica do Poder. FOUCAUL, Michel. Tradução e Organização: Roberto Machado.Editora Graal, A obra traz vário artigos e entrevistas que possuem como tema central a questão do poder na sociedade capitalista: na sua natureza, seu exercício e suas instituições.
Securité, territoire et population. Curso no Collège de France /1978.
Segurança, Território, População. Michel Foucault. Editora: Martins Fontes. Partindo do problema do biopoder, ele se propõe estudar a implantação, no século XVIII, dessa nova tecnologia de poder, distinta dos mecanismos disciplinares, que tem por objeto a população, e gerenciá-la a partir do conhecimento de suas regularidades específicas. Tese original que este curso formula do liberalismo como racionalidade governamental baseada no princípio do laisser-faire
Naissance de la biopolitique Curso no Collège de France em 1979
O nascimento da biopolítica: curso dado no collège de France (1978-1979). FOUCAULT, Michel. [tradução de Eduardo Brandão]. São Paulo: Martins Fontes, 2008. Depois de mostrar como, no século XVIII, a economia política assinala o nascimento de uma nova razão governamental - governar menos, por uma preocupação de eficácia máxima, em função da naturalidade dos fenômenos com que se tem de lida.
Du gouvernement des vivants. Curso no Collège de France em 1980
Do Governos do vivos: cursos no collège de France (1979-1980): aulas de 9 e 30 de janeiro de 1980. FOUCAULT, Michel. Editora: CCS. Entre outras questões, a obra aborda como foram constituídas as formas de obediência, como foi possível ao indivíduo moderno a relação estabelecida dele mesmo com práticas sistemáticas de renúncia da vontade, da liberdade e de si mesmo e do que procede, nas sociedades ocidentais, a prática da 'servidão voluntária'.
Le gouvernement de soi et des autres. Último curso ministrado por M. Foucault no Collège de France.
O Governo de Si e dos Outros. Tradução Eduardo Brandão. Martins Fontes. Qual governo de si deve ser o fundamento e o limite ao governo dos outros? A partir desta questão, Foucault se situa em relação à herança filosófica e problematiza o status da sua própria fala.
La vérité et les formes juridiques. Tradução dasconferências na PUC/Rio de Janeiro.
A verdade e as formas jurídicas. 3ed. Rio de Janeiro: NAU editora, 2002.FOUCAULT, Michel. Nas conferências reunidas nesta obra, o autor pretende mostrar que as condições políticas, econômicas de existência não são um véu ou um obstáculo para o sujeito do conhecimento, mas aquilo através do que se formam os sujeitos de conhecimento e, conseqüentemente, as relações de verdade.
Il fault défendre la societé. Curso no Collège de France em 1976.
Em defesa da sociedade curso no collège de France (1975 – 1976). Foucault se interroga sobre a pertinência do modelo da guerra para analisar as relações de poder.
L’hermeneutic du sujet. (1981-1982).
Os comentadores de Michel Foucault
Esperando Foucault, ainda. Marshall Sahlins (antropólogo americano, professor na Universidade de Chicago). Tradução de Marcela Coelho de Souza e Eduardo Viveiros de Castro.Editora Cosac Naify
Foucault: Conceitos Essenciais. REVEL, Judith. Editora Clara Luz. Esse livro apresenta conceitos através dos quais se exprime o pensamento teórico e filosófico de Michel Foucault, apresentando as principais noções foucaultianas na forma de um vocabulário, ao todo a obra soma 33 conceitos essenciais para compreender Foucault.
Revel, Judith. Le vocabulaire de Foucault (Paris, 2002)
El vocabulario de Michel Foucault. Un recorrido alfabético por sus temas, conceptos y autores. CASTRO, Edgardo. Poucos escritos sobre Foucault merecem tanto o nome de “caixa de ferramentas” como este livro o leitor tem em mão um sofisticado mapa de suas principais temáticas e questões. Cada verbete não apenas “faz referência a onde, nos escritos de Foucault, aparece cada termo, mas quer, ademais, oferecer uma indicação (às vezes sucinta, às vezes extensa) de seus usos e contextos”.
Michel Foucault y sus contemporáneos. DIDIER, Eribon. Editora: Nueva Visión. Ao contrapor e cotejar a vida e a obra de Michel Foucault com as de seus mais ilustres contemporâneos – Georges Dumézil, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Georges Canguilhem, Roland Barthes, Jacques Lacan e Claude Lévi-Strauss, entre outros –, Didier Eribon revela como uma filosofia que se empenhou em pensar seu presente consegue sobreviver às suas condições de emergência, constituindo um vigoroso elemento de nossa atualidade.
La naturaleza humana: justicia versus poder : un debate. CHOMSKY, Noam. FOUCAULT, Michel. Editora: Austral Espanha. Em novembro de 1971 Michel Foucault se encontrou com Noam Chomsky em um programa televisivo da TV holandesa, onde debateram por cerca de uma hora o tema "Natureza Humana: Justiça Versus Poder".
Foucault em 90 minutos. STRATHERN, Paul. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003. Um dos filósofos do século XX, Michel Foucault desenvolveu seu pensamento a partir da relação entre saber e poder. O autor dessa obra aborda as pesquisas sobre história da loucura, punição, sexualidade e outros temas.
Para Ler Michel Foucault. BOAS, Crisoston Terto Vilas. Ouro Preto: Imprensa Universitária da Ufop, 1993.
Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. DREYFUS, Hubert L.; RABINOW, Paul. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. Hubert Dreyfus e Paul Rabinow só deram por concluído este livro após horas e horas de conversas e revisões feitas pelo próprio Foucault.
Foucault e os domínios da linguagem: discurso, poder, subjetividade.SARGENTINE, Vanice & NAVARRO-BARBOSA, Pedro (orgs.). São Carlos: Claraluz, 2004. Este livro apresenta as reflexões de Michel Foucault nos domínios da linguagem e revela sua preocupação com as relações entre o discurso, o poder e a produção de subjetividade.
Figuras de Foucault. RAGO, Margareth. VEIGA-NETO, Alfredo (Orgs.). 2. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. Com a publicação desta coletânea, os autores contribuem para a expansão do pensamento do filósofo e levam adiante as análises e as problematizações desenvolvidas por ele, reafirmando a atualidade de Foucault, que comemoraria 80 anos de vida neste ano.
Michel Foucault: sexualidade, corpo e direito. Org. Luiz Antônio Francisco de Souza, Thiago Sabatine e Bóris Magalhães. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. Obra organizada a partir das palestras apresentadas no colóquio de mesmo título, realizado na UNESP/Marília em junho de 2010.
Foucault. Deleuze, Gilles. São Paulo: Editora Brasiliense, 2005.
MUCHAIL, Salma Tannus. Foucault, simplesmente. São Paulo: Edições Loyola, 2004. A obra mostra que entrelaçando filosofia e história, o filósofo se ocupou com uma grande diversidade de assuntos: a loucura e o louco, a medicina e o doente, as ciências humanas e a literatura, a prisão e o delinqüente, a sexualidade e o sujeito ético, motivo pelo qual seus escritos interessam a diversas áreas de saberes e práticas: psiquiatria, medicina, psicologia, sociologia, direito, artes etc.
ZOUNGRANA, Jean de. Michel Foucault un parcours croisé – Lévi Strauss, Heidegger. E’ditions Harmattan, 1998.
GUTTING, Gary. Foucault: A Very Short Introduction. Edições Oxford Uk, 2005.
The Cambridge Companion to Foucault: 2nd Edition. Edited by: Gary Gutting.
Leitura de apoio.
Manicômios, Prisões e Conventos. GOFFMAN, Erving. São Paulo: Editora Perspectiva, 2001. O autor foca-se, essencialmente, no caráter fechado destas instituições, que pelas suas características e modo de funcionar não permitem qualquer contacto entre o internado e o mundo exterior.
A Vigilância Punitiva: A postura dos educadores no processo de patologização e medicalização da infância. LUENGO, Fabíola Colombani. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. Pretende analisar a postura dos educadores diante do processo de patologização no campo educacional, levando em conta a sociedade eugênica e disciplinar, que foi consolidada com o processo de higienização ocorrido no início do século XX.
BENTHAM, Jeremy. O Panóptico. Organização de Tomaz Tadeu ; Traduções de Guacira Lopes Louro, M. D. Magno, Tomaz Tadeu. -- 2. ed.. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. Este livro apresenta pela primeira vez, a tradução para o português, feita a partir do original, em inglês, das cartas que constituem o principal texto de Jeremy Bentham sobre o projeto do Panóptico. Durante muito tempo, a principal fonte de conhecimento sobre o Panóptico estava reduzida ao capítulo de Vigiar e punir que Foucault havia dedicado à sua análise.
MACHADO, Roberto. Danação da Norma: Medicina Social e Constituição da Psiquiatri no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1978.
A tese central e De que, no século XIX, tenha começado a tomar lugar uma ciência médica, chamada medicina social que pretendia interferir e medicalizar a sociedade, nas vidas dos indivíduos, mais do que os outros setores tradicionais da medicina. É uma medicina que, aliada ao poder do Estado, medicaliza as diferentes esferas e as diferentes instituições da sociedade brasileira.
Gênero, sexo, amor e dinheiro: mobilidades transnacionais envolvendo o Brasil (Orgs.) Adriana Piscitelli, Gláucia de Oliveira Assis e José Miguel Nieto Olivar. Coleção Encontros: Pagu/Núcleo de Estudos de Gênero.
Kritsch, Raquel. Soberania – A construção de um conceito. São Paulo: Editora IMESP, 2002. Este livro apresenta um estudo da gênese e do desenvolvimento da noção de soberania. A ideia aparece inicialmente nas disputas de jurisdição entre ‘imperium’ e o ‘sacerdotium’ e, numa fase posterior, sobretudo a partir do século XIV, nos conflitos entre dois poderes e as nascentes monarquias nacionais europeias.
Pelbart, Peter Pál. A Nau do Tempo Rei: 7 ensaios sobre o tempo da loucura. Rio de Janeiro: Imago, 1993. Os sete ensaios reunidos neste volume tratam do tempo, dos anjos, dos loucos. De forma pouco acadêmica, Peter Pál Pelbart nos introduz, através deles, à problemática da loucura em seus aspectos mais inaparentes.
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